Para entregar as obras do eixo leste da transposição do rio São Francisco dentro do prazo estipulado pelo ministro da Integração, Helder Barbalho, ainda há muito a ser feito até março de 2017. O Portal traz, com exclusividade, imagens do estágio atual do canal projetado para garantir o abastecimento de água à uma população de 12 milhões de pessoas em 390 municípios dos estados Paraíba, Pernambuco e Ceará. Veja vídeo abaixo.
Nossa equipe percorreu trechos do canal no eixo leste, entre Sertânia (PE) e Monteiro (BA). O jornalista Milton Figueiredo, da 98 FM de Campina Grande, registrou em vídeo e fotos vários aspectos do estágio atual do trecho do canal que trará água ao Rio Paraíba. Também comprovou que ainda faltam providências do governo do Estado e da Prefeitura de Monteiro, para solucionar problemas de poluição no leito do rio que receberá as águas do São Francisco.
A narrativa do vídeo que está logo abaixo é feita pelo engenheiro da obra, Yuri Guimarães Gomes, que acompanhou nossa equipe. A obra está andando. Existem intervalos de trechos de canal a céu aberto. Em outros trechos, existem túneis formados por células de concreto. Essas células são chamadas pelos operários e engenheiros de “aduelas”.
O ministro Helder Barbalho afirmou que as águas que vão abastecer a população no semiárido brasileiro já estarão em reservatórios até março do ano que vem. A conclusão das obras físicas nos dois eixos do empreendimento – Norte e Leste – está prevista para dezembro deste ano. “É uma obra estratégica e fundamental para que possamos garantir água para os brasileiros desta região”, afirmou Helder Barbalho.
Está em construção uma ponte sobre o canal, na metade do trecho da obra que fica em Monteiro.
No acesso do túnel Engenheiro Giancarlo de Lins Cavalcanti, em Monteiro, já existe ventilação própria. Ou seja, o túnel já está aberto tanto do lado paraibano como do lado de Sertânia (PE). As imagens do túnel foram feitas do lado do município pernambucano.
A equipe comprovou que em Monteiro ainda há muita obra para ser feita, especialmente no tratamento do esgotamento sanitário. Em algumas áreas, o esgoto em um canal a céu aberto corre para o Rio Paraíba, onde as águas da transposição do São Francisco vão desembocar.
Segundo apurou a nossa reportagem, o esgoto é do Hospital Regional de Monteiro, que é administrado pelo governo do Estado. As águas poluídas correm por dentro de um canal na cidade e até serem jogadas no rio. Quando há problemas de entupimento ou chuvas torrenciais, a água do esgoto, segundo relatou moradores, retorna para dentro do hospital.
Em parceria com a Funasa, a Prefeitura de Monteiro está construindo uma nova estação de tratamento. Porém, existem outros problemas a serem solucionados. Na estação elevatória do esgoto da Cagepa, que envia o esgoto para as lagoas de tratamento já existente, só uma bomba funciona.
Muitas ligações de águas pluviais e esgotos clandestinos são despejados no leito do Rio Paraíba.
No acesso do túnel da transposição do rio São Francisco, em Monteiro, os operários construíram um santuário feito com material da obra, totalmente adaptado às condições que eles trabalham. No santuário, foi colocada uma imagem de Santa Bárbara, protetora contra os relâmpagos e tempestades, padroeira dos artilheiros, dos mineiros e de todos quantos trabalham com fogo.
De acordo com o ministro, o ritmo de trabalho será intensificado ainda mais nos próximos meses. “Determinamos às construtoras que ampliem ao máximo a capacidade de execução das obras para que cumpramos o prazo dado pelo presidente Michel Temer”, frisou o ministro. Helder Barbalho lembrou que, na média, essa ampliação de produtividade será de 42%.
Cabe à Cagepa a construção de uma estação elevatória em Monteiro. Com ela, estão também 54 projetos de esgotamento sanitário para os municípios, sendo 11 deles em parceria com a Funasa. Nove projetos são executados diretamente pela companhia estatal e estão em fase de licitação. Outros 34 são de responsabilidade direta da Funasa.
De acordo com o Ministério Público da Paraíba, para a despoluição do Rio Paraíba, entre Monteiro e Cabaceiras, num trecho de 130 quilômetros, já foi realizada a licitação para compra das máquinas, equipamentos e topógrafos.
Caberá aos Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Denocs) a preparação dos açudes de Camalaú e Poços. A previsão é que ela seja concluída em fevereiro de 2017. A previsão dos técnicos é que, depois de tudo pronto, as águas da transposição só cheguem no açude de Boqueirão três meses depois.
Portal Correio
Milton Figueiredo