Brasília – Um dos maiores entusiastas da transposição do São Francisco, o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), comemorou a decisão do governo Michel Temer, que passou a liberar cerca de R$ 100 milhões adicionais, ao mês, para as construtoras responsáveis pelas obras e seus canais complementares nos estados nordestinos.
O objetivo é acelerar os projetos para que os dois principais canais sejam concluídos em dezembro e, entre abril e maio de 2017, possam abastecer cidades que sofrem com a seca na região.
“Esta é uma luta de todos. Tenho me empenhado muito nessa causa” – disse Cássio.
Bancada unida
O senador se refere, dentre diversas outras iniciativas, à audiência da bancada da Paraíba com o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho. No encontro, ainda no mês de maio, os parlamentares pediram a conclusão da transposição do São Francisco.
Ao ministro, eles relataram a crise no abastecimento d’água na Paraíba e afirmaram que a situação é calamitosa. Eles citaram especificamente o caso de Campina Grande, cidade com mais de 400 mil habitantes, que enfrenta um racionamento de três dias e meio por semana e vive assustada com a ameaça de um colapso total no abastecimento.
Único caminho
“A transposição é a único caminho para evitar o colapso de água em Campina Grande e mais 18 cidades abastecidas pelo Açude Epitácio, em Boqueirão” – disse Cássio ao ministro naquela oportunidade.
Naquele encontro, Hélder Barbalho anunciou que as obras da transposição do São Francisco seriam priorizadas – e aceleradas – pelo presidente em exercício Michel Temer.
Folha de S. Paulo
Nesta terça-feira (12), em matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, o ministro da Integração Nacional declarou que o governo passou a garantir um pagamento mensal de R$ 215 milhões para as obras da transposição. Antes, esse limite estava em R$ 150 milhões.
Hélder Barbalho também explicou que os recursos federais vinham caindo com o corte do Orçamento em 2015 e 2016, e as obras dos estados estão atrasadas. Segundo ele, “não é possível mais garantir que o canal e os projetos dos estados fiquem prontos ao mesmo tempo, já que o descolamento é grande”.
Redenção em 2017
Mas o ministro também disse que é possível garantir que as obras principais estejam prontas até maio do próximo ano. Cássio comemora o empenho do governo, porém ainda não se dá por satisfeito.
“As obras estão com alguns anos de atraso, fruto da incompetência gerencial de Dilma, que levou o Brasil à pior crise de todos os tempos. E o problema, evidente, transparente e agudo, é que meio-dia já é tarde para quem tem sede. Por esta razão, acompanho par e passo o momento em que o Nordeste irá mudar a própria história, com pequenas mudanças na sua geografia, a fim de encontrar a redenção” – afirma o líder Cássio Cunha Lima.