Três navios são apontados como suspeitos pelo derramamento de óleo nas praias do Nordeste, em 2019, incluindo cidades litorâneas da Paraíba. As conclusões estão no inquérito da Polícia Federal sobre o caso. De acordo com a Marinha, os principais suspeitos são o Navio-Tanque Bouboulina, o Navio Tanque City Of Tokyo e o Navio Tanque Godam.
Ainda segundo a Marinha, o óleo apareceu a 700 km da costa brasileira, em águas internacionais, e atingiu mais de 250 praias do Nordeste, além de localidades em outros estados como Pará e Rio de Janeiro. Na Paraíba, as manchas foram encontradas em cidades como Conde, Rio Tinto, Mataraca e em João Pessoa.
Para a Marinha, fica evidente a necessidade de investimentos no monitoramento de navios que transitam em águas brasileiras ou nas proximidades.
Os problemas gerados pelo derramamento do óleo chegaram a ser tema de uma CPI na Câmara dos Deputados. Mas em abril, a CPI do óleo foi encerrada sem apresentar conclusões. A finalidade da Comissão era investigar as origens das manchas, avaliar as medidas que foram tomadas pelos órgãos competentes, apurar responsabilidades e propor ações para minimizar os danos sociais e ambientais.
Segundo a Fundação Joaquim Nabuco, em nove estados nordestinos, 40,4% dos pescadores artesanais entrevistados no começo de 2020 relataram que estuários e manguezais próximos foram atingidos. 67,5% também relataram queda de renda por conta do petróleo nas praias. A redução da renda média entre os pescadores foi de 37,8%. Depois de mais de um ano de pandemia, não se sabe ainda o impacto da emergência sanitária sobre as famílias de pescadores já atingidas pelo óleo.