UBAM proverá o “Encontro das Águas”

O evento será realizado em edições que contemplará todos os Estados do Semi-Árido, com participação de ministros, governadores, deputados e prefeitos, além de organizações não governamentais

A União Brasileira de Municípios (UBAM), uma das entidades municipalistas mais abalizadas do país, que teve início de suas atividades na Paraíba, em 2005, a qual possui uma vasta folha de serviços prestados aos municípios brasileiros, na capacitação de gestores, na defesa da municipalidade, na formação de consórcios públicos, na apresentação e acompanhamento de propostas, no congresso nacional, que beneficiam as prefeituras, também na orientação quanto ao uso legal e racional dos recursos naturais e na representação como associação de municípios, está organizando o Encontro das Águas, evento que será realizado nos Estados que compõem o chamado “polígono das secas”.

Na Paraíba, o Encontro das Águas será realizado no dia 05 de maio, no município de Sousa, onde serão debatidos os mais diversos assuntos relacionados à estiagem prolongada e a maior seca dos últimos 50 anos.

O presidente da UBAM, Leonardo Santana, que é graduado em gestão pública e vem estudando profundamente as causas e efeitos da seca, ressaltou a necessidade de uma forte mobilização das principais lideranças municipais e estaduais, com o objetivo de construir uma pauta de discussão no âmbito nacional, sobre a falta de atenção do governo da União aos menores entes federados.

Ele destacou que as mudanças climáticas são alarmantes, trazendo conseqüências que podem se tornar insolúveis em 1/3 de todo o território nordestino, devido à desertificação que já toma uma área de 600.000 km², causando seus efeitos maléficos em mais de 1.400 municípios nordestinos, compreendendo toda Região e parte do Estado de Minas Gerais e Espírito Santo.

Leonardo lamentou que as ações “costumeiras” do governo se limitaram a apenas medidas paliativas e morosidade nas obras de transposição do Rio São Francisco, muita burocracia que limita a liberação de recursos para construção de adutoras e melhor aproveitamento dos recursos hídricos em regiões onde a chuva é mais presente.

“Um país de dimensões continentais como o Brasil, que possui a maior bacia hidrográfica do mundo, o rio Amazonas, com 3.984.467 km2 e 6.570 km, dos quais 3.165 km tem largura média de 4 a 5 km, chegando em alguns trechos a mais de 50 km, no mínimo sofre com o analfabetismo governamental, fato que se dá com a incompetência, a inércia, a burrice e a falta de iniciativa para resolver os problemas nacionais. E, enquanto isso, a maior parte da população espera uma solução que nunca chega”.

Racionamento
Segundo levantamento feito por técnicos da UBAM junto a Cagepa, no Estado já sofrem com racionamento de água quase um terço das cidades paraibanas, são elas:

Alagoa Nova
Algodão de Jandaíra
Araruna
Arara
Areia
Areial
Aroeiras
Bélem
Gado Bravo
Bananeiras
Barra de Santana
Barra de São Miguel
Bom Sucesso
Brejo dos Santos
Caiçara
Cacimba de Dentro
Cacimbas
Campina Grande
Carrapateira
Casserengue
Caturité
Cuité
Damião
Desterro
Dona Inês
Esperança
Jericó
Lagoa Seca
Lastro
Logradouro
Matinhas
Mato Grosso
Montadas
Monte Horebe
Nazarezinho
Nova Floresta
Nova Palmeira
Pocinhos
Puxinanã
Queimadas
Remígio
Riachão
Riacho de Santo Antonio
Riacho dos Cavalos
Santa Cruz
São Francisco
São João do Rio do Peixe
São Sebastião de Lagoa de Roça
Serra Redonda
Solânea
Tacima
Triunfo
Umbuzeiro

Colapso no abastecimento
Leonardo informou que mais de trinta cidades ficarão sem água nos próximos dois meses, se não houver período chuvoso que compense. Ele destacou também que além do município de Princesa Isabel que possui apenas 3% do reservatório, se encontram em colapso no abastecimento: Piancó, Alagoa Grande, Pilões, Serraria, Natuba, Gurjão, Lagoa, São José de Lagoa Tapada, Cajazeiras, Cachoeira dos Índios e Conceição os distritos de Galante, São José da Mata, Novo Pedro Velho, São Pedro, Riachão, Braga, Vieirópolis, Barreiros e Logradouro.

“Precisamos de mobilização das principais lideranças, eleitas pelo povo para representa-lo e resolver os problemas que o mesmo não pode resolver. Não adianta reuniões e mais reuniões nos luxuosos gabinetes e casa de eventos em Brasília, quando sabemos que nada sai do papel, enquanto do outro lado da ponta existe uma população carente e com sede.”

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