“A vacina contra a gripe é uma grande aliada do coração”. A afirmação é do cardiologista Valério Vasconcelos, que se une à campanha da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) de incentivo à vacinação em todas as idades (e não apenas na infância) e de orientação sobre a necessidade de imunização em cardiopatas.
De modo direto ou indireto, as doenças infecciosas prejudicam o coração, principalmente de alguém com idade avançada ou com alguma doença prévia. “Essas infecções são mais comuns no inverno pela aglomeração de pessoas em espaços fechados. Por isso, o cardiopata tem recomendação oficial para tomar as vacinas contra gripe e pneumonia, visto que faz parte dos grupos prioritários”, explica o cardiologista.
“Ao provocar febre, a infecção pelo vírus influenza pode, por exemplo, alterar a frequência cardíaca, sobrecarregando o bombeamento de sangue pelo coração. Há risco, ainda, de a pessoa gripada contrair pneumonia, quadro capaz de gerar maior complicação em quem já tem um problema cardiovascular, acrescenta o médico Valério Vasconcelos.
O especialista também lembra que as doenças cardiovasculares têm sido apontadas como fatores de risco para as complicações da covid-19. “Por isso, as pessoas com doenças do coração devem se vacinar contra a covid-19, uma vez que portadores de doenças cardiovasculares são justamente aqueles com maior risco de apresentar quadros mais graves da infecção provocada pelo coronavírus Sars-Cov-2”.
Valério Vasconcelos ressalta que as evidências epidemiológicas mostram que a vacinação contra influenza e contra pneumococo diminui a mortalidade global e cardiovascular em idosos. “Além de reduzir o risco de hospitalizações por pneumonia ou morte de todas as causas”.
A vacina contra a gripe utilizada nas campanhas do Ministério da Saúde, pontua o cardiologista, apresenta poucas contraindicações. “Indivíduos que apresentam alergia ao ovo de galinha apresentam a única contraindicação real, mas pessoas com quadro febril agudo devem postergar a tomada da vacina”, alerta Valério Vasconcelos.
O cardiologista esclarece que os vírus utilizados para a vacina contra a gripe não transmitem a doença. “Eles foram ‘mortos triturados, afogados’, ou seja, não transmitem a gripe de modo algum. Mas é preciso lembrar que a vacina não evita o quadro de gripe. A imunização, porém, reduz a gravidade e o tempo de sintomas, caso haja a contaminação”.
Se a pessoa que possui problemas no coração ainda tem dúvidas sobre tomar ou não vacinas, seja contra a gripe, seja contra a covid-19, o ideal é consultar o especialista que o acompanha. “Muito cardiopata tem medo por desconhecer os benefícios da vacina, que normalmente explicamos durante as consultas”, afirma o médico Valério Vasconcelos.
O Ministério da Saúde iniciou, no dia 12 de abril, a campanha nacional de vacinação contra a gripe para prevenir a contaminação pelo vírus influenza. Ela deve se estender até o dia 9 de julho com a meta de vacinar pelo menos 90% dos grupos elegíveis, o que inclui mais de 79 milhões de pessoas.
Em abril, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) lançou a Campanha de Vacinação 2021, com o objetivo de orientar a população sobre a importância da vacinação em todas as idades e não somente na infância. Para a entidade, é fundamental levar informação de qualidade às pessoas e aumentar a adesão às ações de imunização.