A definição do relator da representação contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no Conselho de Ética da Câmara foi adiada nesta quarta-feira (6) depois que o escolhido, deputado Wellington Roberto (PR-PB), recusou a indicação. O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), disse que irá recorrer à consultoria da Câmara para avaliar o que fazer diante da renúncia e do pedido de suspeição contra outros dois indicados, Zé Geraldo (PT-PA) e Valmir Prascideli (PT-SP), feito por Laerte Bessa (PR-DF), integrante da bancada da bala.
Wellington Roberto havia sido escolhido por Araújo entre três parlamentares sorteados para a relatoria da representação, mas recusou a indicação alegando problemas de agenda e excesso de trabalho. “Diante dessa sobrecarga, não poderei aceitar essa relatoria e de forma antecipada eu digo que não votarei contra o deputado Jair Bolsonaro”, afirmou. Já Laerte Bessa fez uma questão de ordem pedindo a suspeição contra os demais indicados alegando que já havia se manifestado a favor da cassação do deputado.
Jair Bolsonaro é alvo de uma representação no conselho feita pelo PV por supostamente ter faltado com o decoro parlamentar durante seu voto para a abertura do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), em abril, quando fez uma homenagem ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. O militar comandou o DOI-Codi (Destacamento de Operações Internas) de São Paulo no período de 1970 a 1974. Em 2008, tornou-se o primeiro militar a ser reconhecido pela Justiça como torturador durante a ditadura. Ustra morreu em outubro de 2015, durante tratamento contra um câncer.