Zabelê: política pública com afetividade

Política Pública, não é programa de Governo, é POLÍTICA PÚBLICA! É algo que, por ser tão importante, perdura independente de partido X ou Y. Quase sempre se precisa de leis para ela acontecer dentro da sociedade. Às vezes, e raramente, pode ocorrer porque a ação é tão importante, que governos tendem a torna-la duradoura.

Em Zabelê, algumas ações, embora não sejam ainda leis, já fazem parte da agenda de Governo. Entre elas, podemos citar o Restaurante e a Casa de apoio na cidade de Campina Grande, fundamentais para proporcionar aos cidadãos zabelêenses dignidade humana, quando os mesmos estão ali para cuidarem de suas saúdes, estudarem ou para necessidades diversas.

Outra ação, que em muito dignifica o município é o apoio com doações de bolsas e apartamento para os estudantes. Neste caso, temos três estudantes que merecem destaques neste quadro de apoio governamental, são eles: Joel Cabral, doutorando em agronomia pela Universidade Federal de Jaboticabal-SP; Anael Neves, concluinte do mestrado no programa de Pós-graduação Alimentos, Nutrição e Saúde pela Universidade Federal de São Paulo na cidade de Santos/SP; e Almir Joaquim, mestre em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Paraná, na cidade de Curitiba.

O que os três tiveram em comum? Uma vida marcada por um orçamento familiar limitado as questões básicas de sobrevivência e que aproveitaram e abraçaram cada oportunidade dada. Estudar tem sido a solução para a vida desses jovens. A vitória deles é a vitória de cada agricultor de um Brasil profundo, de um povo esquecido. Com essas atitudes, eles passam a ser espelhos para as gerações que nascem na pequena Zabelê, sendo também luzes no fim do túnel para muitas das famílias carentes dos nossos Semiáridos.

São para fins dessa natureza que devem ser criadas as políticas públicas, seguindo o principio da igualdade social, que dignificam a pessoa humana. Fica aqui o exemplo destes três jovens cheios de garra e muita força de vontade para superar as dificuldades, como, por exemplo, a marca social de que somente as famílias com melhores condições financeiras é que podem proporcionar aos seus filhos alçar grandes voos. Os voos deles também têm ficado cada vez mais altos. E entre noites pouco dormidas, vitimados pela violência das grandes cidades, moradias coletivas e muitos dribles para fazer a grana render, eles têm deixado suas marcas, pois são motivos de orgulho e admiração dentro das Universidades.

Passaram boa parte de suas vidas estudando em escolas públicas, com limitações diversas no campo da estruturação educacional, mas a resistência, a força e a capacidade de regeneração presente na vegetação da terra de onde saíram, a caatinga nordestina, se refletiram nas atitudes e desprendimentos que estes três jovens sempre demonstraram para enfrentar situações inesperadas e, às vezes, por deveras difíceis. Foi uma longa trajetória, nela a presença forte da afetividade trouxe lágrimas, mas também boas gargalhadas, trabalho universitário, provas, produções de textos e também a sensação impagável de dever cumprido.

Muitas foram às idas e vindas, lugares antes tão distantes, tornaram-se próximos e quase comuns para os que ficavam e também para eles, pois os cheiros, cores, sons e fazeres do reduto de cada um são insubstituíveis. Em cada abraço de boas vindas e mesmo de despedida, a certeza de que no mundo temos um lugar, um pertencimento e esta certeza torna o homem invencível.

Voltando a política pública. A boa gestão deve ter este sentido: o de causar ações profundas de mudanças sociais, em que a afetividade deva ser o ponto alto na relação entre cidadão e gestor público. Neste caso, precisaremos de mais tempo, de paciência, precisaremos sempre sonhar por um mundo de mudanças históricas. Parabéns a todas e todos que lutam por uma boa política pública.

Por Fabiana Monteiro e Romério Zeferino

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode gostar